quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Começar nem foi tão difícil...

Hoje tenho certeza que o mais complicado será manter esse espaço atualizado.
Quero reproduzir aqui um texto que me deixou confiante no futuro dessa geração. Foi escrito por um grupo de alunos meus, mas parece que teve dedo de poeta profissional.

Felisbella

Era um belo dia, intenso estava o azul do céu.
Tudo estava doce, doce como o mel.
Lá estava ela, tão linda, tão bela,
a pequena Felisbella.
É! Nem tanto! Pouquinho!

Estava triste e amargurada
De seu restaurante não lucrava mais nada
teve que fechá-lo pobrezinha!
Cheia de dívidas, tadinha!!
O dinheiro estava difícil
Por isso teve que fazer um sacrifício
teve que vender seu restaurante
Pra um homem frio e arrogante.

Da cidade foi embora
Porque aluguel não paga agora.
Foi morar em favor
Na casa do Senhor.

Foi trabalhar na roça
De vaqueira, minha nossa!
Trabalhava com os pés no chão,
Ganhou uma bota que amenizou sua aflição.
Aquela bota já estava suja e acabada,
já não agüentava mais nada.

Naquele fim de mundo
Conheceu o fazendeiro Raimundo
Solteiro ele estava, ela também,
Suas almas foram feitas uma pra outra, pra mais ninguém.
Casaram-se felizes,
Tiveram três filhos, João, Matheu e Aquiles.

O tempo assou, as coisas mudaram.
E com a história seus filhos continuaram.

Texto criado por: Alexandre, Carlos André e Dennysvan.




terça-feira, 18 de setembro de 2007

Vai, vai, vai, começar...

Começar é sempre difícil...

Faltam as verdadeiras palavras,a inspiração...
Foto tirada por um dos meus alunos

É melhor iniciar com palavras de quem parece que nasceu pra dominar o mundo com elas:



A perfeição

O que me tranqüiliza

é que tudo o que existe,

existe com uma precisão absoluta.


O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete

não transborda nem uma fração de milímetro

além do tamanho de uma cabeça de alfinete.


Tudo o que existe é de uma grande exatidão.

Pena é que a maior parte do que existe

com essa exatidão

nos é tecnicamente invisível.


O bom é que a verdade chega a nós

como um sentido secreto das coisas.


Nós terminamos adivinhando, confusos,

a perfeição.

Clarice Lispector